terça-feira, 22 de maio de 2012


Ameaças às tartarugas marinhas estudadas em quatro estados brasileiros



Um estudo das necropsias em tartarugas verdes (Chelonia mydas) e de pente (Eretmochelys imbricata) que encalharam nas praias da Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina, mostraram que o afogamento é a primeira causa da morte dos animais. Em segundo lugar, as lesões ao longo do trato gastrointestinal indicaram a ingestão de detritos como ameaça relevante. Os resultados da pesquisa são importantes para ampliar a compreensão das ameaças antropogênicas a que estão expostas as tartarugas, além de subsidiar estratégias e ações de conservação marinha. Intitulado Ameaças antropogênicas às populações de tartarugas marinhas na costa brasileira, o trabalho foi apresentado em março de 2012, durante o 32º Simpósio Anual de Biologia e Conservação de Tartarugas Marinhas, realizado no México.
A investigação foi realizada em 920 tartarugas verdes e 69 de pente necropsiadas de janeiro de 2009 a maio de 2011. Os pesquisadores analisaram os conteúdos e estados do sistema digestivo de animais juvenis (93%) com comprimento de casco variando entre 25 e 48 centímetros. O estudo mostrou que 33% das mortes das tartarugas verdes ocorreram por afogamento, o que pode indicar interação com a pesca, e que 30% das mortes das de pente ocorreram por ingestão de resíduos, indicando altos níveis de poluição no mar.
 Como reanimar uma tartaruga marinha desmaiada por afogamento

Para reanimar uma tartaruga marinha desmaiada, é preciso colocá-la de barriga para cima com a cabeça ligeiramente mais baixa que o resto do corpo e massagear o ventre, para a retirada de água dos pulmões. Depois deve-se colocar a tartaruga na sombra até que ela comece a bater as nadadeiras sobre o peito. Quando isso ocorrer, está pronta para voltar ao mar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Usina Belo Monte: Projeto inviável

Assistam esse vídeo!!!
http://www.youtube.com/watch?v=4k0X1bHjf3E&feature=player_embedded#!

O Presidente do IBAMA se demitiu quarta-feira passada devido à pressão para autorizar a licença ambiental de um projeto que especialistas consideram um completo desastre ecológico: o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte. 

A mega usina de Belo Monte iria cavar um buraco maior que o Canal do Panamá no coração da Amazônia, alagando uma área imensa de floresta e expulsando milhares de indígenas da região. As empresas que irão lucrar com a barragem estão tentando atropelar as leis ambientais para começar as obras em poucas semanas. 

A mudança de Presidência do IBAMA poderá abrir caminho para a concessão da licença – ou, se nós nos manifestarmos urgentemente, poderá marcar uma virada nesta história. Vamos aproveitar a oportunidade para dar uma escolha para a Presidente Dilma no seu pouco tempo de Presidência: chegou a hora de colocar as pessoas e o planeta em primeiro lugar. Assine a petição de emergência para Dilma parar Belo Monte – ela será entregue em Brasília, vamos conseguir 300.000 assinaturas: 

http://www.avaaz.org/po/pare_belo_monte/97.php

Abelardo Bayma Azevedo, que renunciou à Presidência do IBAMA, não é a primeira renúncia causada pela pressão para construir Belo Monte. Seu antecessor, Roberto Messias, também renunciou pelo mesmo motivo ano passado, e a própria Marina Silva também renunciou ao Ministério do Meio Ambiente por desafiar Belo Monte. 

A Eletronorte, empresa que mais irá lucrar com Belo Monte, está demandando que o IBAMA libere a licença ambiental para começar as obras mesmo com o projeto apresentando graves irregularidades. Porém, em uma democracia, os interesses financeiros não podem passar por cima das proteções ambientais legais – ao menos não sem comprarem uma briga. 

A hidrelétrica iria inundar pelo menos 400.000 hectares da floresta, impactar centenas de quilômetros do Rio Xingu e expulsar mais de 40.000 pessoas, incluindo comunidades indígenas de várias etnias que dependem do Xingu para sua sobrevivência. O projeto de R$30 bilhões é tão economicamente arriscado que o governo precisou usar fundos de pensão e financiamento público para pagar a maior parte do investimento. Apesar de ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, ela seria a menos produtiva, gerando apenas 10% da sua capacidade no período da seca, de julho a outubro. 

Os defensores da barragem justificam o projeto dizendo que ele irá suprir as demandas de energia do Brasil. Porém, uma fonte de energia muito maior, mais ecológica e barata está disponível: a eficiência energética. Um estudo do WWF demonstra que somente a eficiência poderia economizar o equivalente a 14 Belo Montes até 2020. Todos se beneficiariam de um planejamento genuinamente verde, ao invés de poucas empresas e empreiteiras. Porém, são as empreiteiras que contratam lobistas e tem força política – a não ser claro, que um número suficiente de nós da sociedade, nos dispormos a erguer nossas vozes e nos mobilizar. 

A construção de Belo Monte pode começar ainda em fevereiro.O Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, diz que a próxima licença será aprovada em breve, portanto temos pouco tempo para parar Belo Monte antes que as escavadeiras comecem a trabalhar. Vamos desafiar a Dilma no seu primeiro mês na presidência, com um chamado ensurdecedor para ela fazer a coisa certa: parar Belo Monte, assine agora: 

http://www.avaaz.org/po/pare_belo_monte/97.php

Acreditamos em um Brasil do futuro, que trará progresso nas negociações climáticas e que irá unir países do norte e do sul, se tornando um mediador de bom senso e esperança na política global. Agora, esta esperança será depositada na Presidente Dilma. Vamos desafiá-la a rejeitar Belo Monte e buscar um caminho melhor. Nós a convidamos a honrar esta oportunidade, criando um futuro para todos nos, desde as tribos do Xingu às crianças dos centros urbanos, o qual todos nós podemos ter orgulho. 

Com esperança 

Ben, Graziela, Alice, Ricken, Rewan e toda a equipe da Avaaz 

Fontes: 

Belo Monte derruba presidente do Ibama:
http://colunas.epoca.globo.com/politico/2011/01/12/belo-monte-derruba-presidente-do-ibama/ 

Belo Monte será hidrelétrica menos produtiva e mais cara, dizem técnicos:
http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/04/belo-monte-sera-hidreletrica-menos-produtiva-e-mais-cara-dizem-tecnicos.html 

Vídeo sobre impacto de Belo Monte: 
http://www.youtube.com/watch?v=4k0X1bHjf3E 

Uma discussão para nos iluminar:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101224/not_imp657702,0.php

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2011 é o Ano Internacional das Florestas

As florestas cobrem 31% de toda a área terrestre do planeta e têm responsabilidade direta na garantia da sobrevivência de 1,6 bilhões de pessoas e de 80% da biodiversidade terrestre. Pela importância que têm para o planeta, elas merecem ser mais preservadas e valorizadas e, por isso, a ONU declarou que 2011 será o Ano Internacional das Florestas.


Segundo dados do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mundo e, ainda, garantindo, de forma direta, a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre. Em pé, as florestas são capazes de movimentar cerca de $ 327 bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo. 


Para sensibilizar a sociedade para a importância da preservação das florestas para a garantia da vida no planeta, a ONU – Organização das Nações Unidas declarou que 2011 será, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas. 

A ideia é promover durante os próximos 12 meses ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando a todos que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta. Entre eles:

– a perda da biodiversidade;
– o agravamento das mudanças climáticas;
– o incentivo a atividades econômicas ilegais, como a caça de animais;
– o estímulo a assentamentos clandestinos e 
– a ameaça à própria vida humana.


Para saber a respeito dos eventos que serão realizados durante 2011, em homenagem ao Ano Internacional das Florestas, acesse o site oficial da iniciativa. No portal, ainda é possível divulgar as ações que você pretende promover nos próximos 12 meses em homenagem à causa. 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Insanidade do poder público em Niterói

O Município de Niterói vem “procurando terras” a fim de formar um “banco de terras” ou um “estoque de solo” para criação do Programa Habitacional do Governo Federal - Minha Casa Minha Vida, para suprir o déficit habitacional de nossa cidade. Essas ações já existiam antes das chuvas de 2010.

Com as chuvas de Abril de 2010, Niterói desabou, os morros caíram, e caíram em cima de todos, pois a cidade parou e ninguém mais conseguia sair de casa, e “aquilo que não era considerado problema de ninguém - os morros, as favelas, os pobres, as encostas - virou problema de todos”.

- em 29 de julho, uma área é desapropriada no bairro do Jacaré, de 132.888,20m². De acordo com o decreto a área destina-se à construção de unidades habitacionais, ocupadas preferencialmente pelos desabrigados das chuvas de abril de 2010 e por moradores em áreas de risco ou de interesse de preservação ambiental, no Município de Niterói.


Neste decreto foram fornecidas coordenadas geográficas, o que permitiu se delimitar o polígono com área de... 298.043,18m²!! Ué, não eram 132.888,20m²?! Ou seja mais que o dobro escrito no decreto...estranho...

Concordamos com o relatório elaborado pelo Núcleo Leste Metropolitano do Instituto de Arquitetos do Barsil, IAB-NLM, que diz "julgamos correta e elogiamos a atitude da Prefeitura em destinar terras para o reassentamento de famílias que ocupam áreas impróprias e fragilizadas. O passo importante na solução dos problemas causados pela informalidade e na autoconstrução na produção habitacional e suprir a demanda reprimida de moradias para essa população desassistida."
E prosseguem.
"No entanto (..), conforme podemos verificar,
• 87,58% da área encontra‐se na Reserva Darcy Ribeiro, área resguardada para a criação do Parque Darcy Ribeiro – umas das áreas verdes mais importantes de preservação da cidade de Niterói somando‐se em importância ao Parque Estadual da Serra da Tiririca e a APA da Viração.
• Outros 9,86% estão sobre a incidência da ZCVS, zoneamento que prioriza a baixa ocupação por ter características de zona de amortecimento para as unidades de preservação.
• Sobra efetivamente para ocupação, mesmo assim com parâmetros de baixa densidade, a Fração Urbana JAC 02 – 2,56% da porção total da área declarada.
• No entanto os 7.644,43m² restantes ainda são impactados pelo Rio Jacaré e suas Faixas Marginais de Proteção."

Além desta avaliação técnica, tem-se conhecimento que a desapropriação embora integral, há interesse de ocupação apenas parcial.. abrigando 480 unidades habitacionais... Possivelmente de 5 andares, ou seja, 24 blocos de 4 unidades por andar ou 15 blocos de 6 por andar...
• Esta área é totalmente desqualificada para este uso, pois tem aproximadamente 90% de sua superfície sobre encosta de declividade acentuada;
• Levantamento geológico mostra a existência de inúmeros blocos de pedra de dimensões variadas depositados na encosta, indicando riscos de instabilidade quando do desmatamento necessário à construção civil...
• Às lideranças comunitárias locais foi prometido que o acesso à área, a Estrada Frei Orlando, seria asfaltada; implantada rede de esgoto e ônibus...

Mapa que mostra o relevo e polígono aproximado da área desapropriada.

O relatório do IAB prossegue: "A área encontra‐se a cerca de 2 km de distancia da estrada Francisco da Cruz Nunes, pela Estrada Frei Orlando – relativamente afastada da infraestrutura de serviços urbanos da cidade. Este trecho desapropriado é bem avançado no interior do vale do Rio Jacaré e conseqüentemente na porção da Reserva da Darcy Ribeiro na Região Oceânica com características de extrema fragilidade.
A cidade já possui nesta área uma Área de Especial Interesse Social ‐ AEIS 07 – que foi originada por duas situações de reassentamentos no passado e que se perdeu o controle sobre o ordenamento urbano, favelizando‐se e colocando em risco as famílias e o ecossistema local".

Trata-se do Vale Verde, área desapropriada na administração Waldenir Bragança, 1983/88, para assentamento de população deslocada das margens da Lagoa de Piratininga. O assentamento foi abandonado e a área invadida e favelizada, crescendo descontroladamente, inclusive sobre a Reserva Ecológica Darcy Ribeiro.
O que vem sendo feito a respeito? (silencio..)

Os técnicos do IAB-NLM finalizam avaliando que "o decreto incorre em problemas conceituais sérios, pois se objetiva servir preferencialmente às familias desabrigadas das chuvas de abril de 2010 e por moradores em áreas de risco ou de interesse de preservação ambiental, mas o local, tornado de utilidade pública para desapropriação, possui exatamente essas características frágeis.
Para além desses fatos, o decreto apresenta diversos problemas na sua redação, com erros na descrição do polígono, que se levados à risca, compromete a integridade geométrica da área."

E sugerem ao "poder público municipal repensar essa desapropriação, escolhendo na região oceânica áreas mais adequadas e integradas a soluções locais, como por exemplo, atuando dentro da própria AEIS07 resolvendo seus problemas, ou desapropriando áreas mais urbanas ou ambientalmente degradadas da APA das Lagunas e Florestas de Niterói."

E encaminham cópia desse documento ao Ministério Público...

Pergunta-se, dada a desqualificação da área inscrita no decreto, por que não se aproveita esta área já desapropriada, inclusive para instalação adequada da comunidade que já está ali?!
Será mais uma ferida a ser aberta no bairro..

Esta semana foi publicado n'OFluminense que "a urbanização do Condomínio do Jacaré, teve R$3,84 milhões aprovados. A Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa) informou que está cumprindo todas as exigências burocráticas das obras."....

Fonte: http://desabafosniteroienses1.blogspot.com/2010/11/desapropriacoes-em-niteroiparte-i.html

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Abaixo-Assinado: Devastação da Reserva Darcy Ribeiro, uma das poucas áreas protegidas de Niterói

"Foi com muita tristeza que li no jornal "O Globo" - Niterói, de 28 de novembro de 2010, sobre o decreto 10.772\2010, que desapropria por utilidade pública uma área imensa da Reserva Darcy Ribeiro, em nosso município, para contrução de unidades habitacionais populares. Segundo a reportagem citada, 87,5% da área delineada encontra-se dentro da Reserva e o restante está em Zona de Conservação da Vida Silvestre, vida está que sofrerá um grande impacto com um projeto de tal envergadura. Sem querer ir de encontro à iniciativa do poder público da necessidade de construção de casas populares, entendemos que a prefeitura deveria procurar um local mais adequado e que não agrida de tal forma o Meio Ambiente, já tão desrespeitado em nosso País".

Apoio em meu blog essa iniciativa tão importante da amiga Veronica Bockorny. Beirando ano 2011, onde em todos os cantos do mundo não se fala em outra coisa como a preservação do meio ambiente, é ABSURDO que projetos como esse sejam aprovados em áreas de preservação. Me envergonha e me revolta.

Segue o link do abaixo assinado. Por favor, vamos lutar pelo o que ainda temos. Vamos respeitar a vida em todas as suas formas!

http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/7610

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mercado de carbono precisa de regras claras para se desenvolver no Brasil

O Brasil precisa ter regras mais claras para desenvolver o mercado de créditos de carbono, ao estabelecer quem deve regular esse comércio e como o crédito deve ser tributado pelo Estado e contabilizado nos balanços das empresas. A conclusão é de uma série de estudos divulgada nesta terça-feira (9) e feita a pedido da BM&F Bovespa, com apoio do Banco Mundial e da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep).

O mercado de créditos de carbono foi estabelecido pelo Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução da emissão de gases poluentes na atmosfera para os países desenvolvidos. O acordo internacional também permite que as empresas desses países, para cumprir suas metas, “comprem” o gás poluente (carbono) que deixa de ser emitido por empresas “limpas” (isto é, que não emitem gases).

Como, pelo tratado, o Brasil não é obrigado a reduzir suas emissões, as empresas brasileiras podem desenvolver os chamados “mecanismos de desenvolvimento limpo” e vender créditos desse carbono não emitido para empresas poluidoras de outros países.

Além de vender créditos de carbono para o mercado internacional, o Brasil também vem desenvolvendo um mercado interno, pois algumas empresas brasileiras têm mostrado interesse em, voluntariamente, compensar os gases poluentes que elas emitem, com a compra desses créditos.

Segundo os estudos encomendados pela Bovespa, tanto para o mercado internacional quanto para o mercado doméstico, há a necessidade de haver regras mais específicas para o comércio.

Segundo Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um dos realizadores do estudo, a Lei 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, prevê a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O mercado brasileiro, no entanto, ainda não foi regulamentado.

“Um país que é voluntário pode estar mais bem posicionado no cenário mundial se ele estabelecer mecanismos que demonstrem, efetivamente, que ele está se adequando, em termos nacionais, ao processo de redução de gases de efeito estufa”, disse.

Apesar disso, para o especialista em Energia do Banco Mundial Christophe de Gouvello, o Brasil já deu o primeiro passo para estabelecer um mercado nacional de crédito de carbono, ao criar a Lei 12.187, que também prevê metas de redução de gases poluentes no país.

“Estamos no início do caminho. O primeiro passo para um mercado de carbono no Brasil é ter metas. E o governo já tomou uma decisão muito corajosa, de anunciar ao mundo, suas metas”, afirmou.

Os estudos também identificaram a necessidade de uma maior participação do setor público no mercado de crédito de carbono, com a elaboração de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo. Um dos estudos funciona como um guia para orientar o setor público a explorar essa área. (Fonte: Vitor Abdala/ Agência Brasil)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Atual crescimento da população é insustentável

Tantos esforços para o controle de Emissões de gases do efeito estufa atenuam o problema, mas não resolvem. É insustentável o ritmo do crescimento populacional no mundo. A velocidade do consumo é mais rápida do que a capacidade que o planeta tem para se recuperar. Em alguns casos pode levar milhões de anos e aí, será tarde demais.


"A solução dos problemas ambientais da Terra passa pelo combate à superpopulação do planeta, de acordo com o professor Chris Rapley, diretor da agência britânica de pesquisas na Antártida

Em artigo publicado no site da BBC em inglês, Rapley argumenta que o combate dos problemas ambientais tem de ser sinônimo do combate à superpopulação.

Se acreditamos que o tamanho da 'pegada' – ecológica – humana é um problema grave, e há muitas provas de que isso é fato, então a visão racional seria que, ao lado de um pacote de medidas para reduzir as pegadas por pessoa, a questão da administração da população também fosse enfrentada, escreve o cientista.

Para o professor Rapley, o tamanho da população atual da Terra, acima de 6,5 bilhões de pessoas, já é insustentavelmente grande. Ele afirma ainda que, a uma taxa de 76 milhões de pessoas a mais por ano, em média, não há como combater os atuais problemas ambientais apenas com propostas para o controle de emissão de gases e a racionalização do consumo.

Rapley afirma que a questão da população, porém, é um assunto muito difícil, uma espécie de tabu, para os movimentos ambientais.

Bem-estar em jogo

No entanto, Rapley acredita que, a não ser que ele seja enfrentado, o bem-estar e a qualidade de vida das gerações futuras vão sofrer conseqüências.

O artigo de Rapley é o primeiro de uma série de opiniões sobre o meio ambiente em uma sessão especial do site da BBC em inglês, chamada The Green Room ou O Quarto Verde, em tradução literal.

Vários estudos indicam que a humanidade está esgotando os recursos naturais da Terra muito rapidamente. Mesmo assim, a questão da população dificilmente entra na pauta das reuniões ambientais ou das organizações não-governamentais verdes.

O professor Rapley, diretor do Levantamento Britânico da Antártida, admite que a questão é espinhosa, porque envolve considerações sobre o controle de natalidade compulsório e até eugenia – na definição do dicionário Houaiss, teoria que busca produzir uma seleção nas coletividades humanas, baseada em leis genéticas.

No entanto, Rapley evita fazer recomendações sobre como controlar a atual tendência de crescimento que deve elevar a população da Terra a oito ou nove bilhões até 2050.

Ele argumenta, porém, que a discussão do problema da superpopulação precisa ser alçado a prioridade nos meios ambientais.

A não ser e até isso mudar [sic], reuniões como a de Montreal – sobre as mudanças climáticas –, que enfrentam apenas parte do problema, terão, na melhor das hipóteses, um sucesso limitado, com o bem-estar e a qualidade de vida das gerações futuras como vítimas inevitáveis".

Fonte
BLACK, Richard. Atual crescimento da população é insustentável. Disponível em: . Acesso em: 31 jan. 2006.